ATB - Aliança Transformers Brasil

Os Dias Mais Felizes de Megatron

Autora: RITA MARIA FELIX DA SILVA


Dedicatória: Dedico este conto ao amigo que encontrei em uma das salas do Mirc, que usava o “nickname” de “Megatron” e que me proporcionou um dos melhores diálogos dos quais já participei na Internet. Foi a partir de uma de suas frases (“Por que você não escreve uma história em que Megatron derrota o Optimus Prime?”) que esta história se inspirou e desenvolveu-se.


Parte 5: "A Sexta Era Cybertrônica"

“O tempo que se seguiu foi, por certo, os dias mais gloriosos de toda História de Cybertron”. Sob a liderança de Megatron, construímos uma poderosa frota espacial e armas com poderio jamais visto. Em tudo isto, o metal que restara dos desafortunados Autobots e do imprudente Starscream foi usado.

Lembro-me que uma sensação desagradável percorreu meus circuitos quando um novo armamento (um desintegrador) foi instalado em uma de minhas asas e me disseram que aquele dispositivo havia sido feito a partir de parte do corpo de meu extinto companheiro Decepticon...

Mas era uma época magnífica aquela e a maioria de nós mal pensava nas fornalhas. Megratron era nosso maior orgulho e ele nos comandou pelas estrelas e derramamos nossa fúria e poder sobre um sem nú-mero de mundos.

Nós nos espalhamos pela galáxia... Conquistamos uma miríade de planetas (cheios de riqueza e recursos e escravos para Cybertron) e extinguimos outra infinidade.

E quando concluíamos nosso trabalho numa galáxia, partíamos para a seguinte... E, em breve, trilhões de seres, dos mais diversos mundos, curva-vam-se em adoração ao nosso líder. Era o Império de Cybertron, dos Decepticons, o Império de Megatron.

Porém, as conquistas não terminaram, pois Megatron desejava ampliar cada vez mais seu poder. E, assim, espalhamos por toda a parte a dor, a tragédia e a guerra e, em todos os cantos, as mais desesperadas preces aos mais diferentes Deuses foram invocadas contra nós... Mas, as divindades não pareciam interessadas em interferir...

Então, em algum instante, nós detivemos nossa mão, interrompemos a batalha e, junto a nosso grandioso líder, permitimos que nossos olhos avaliassem a extensão de nossa obra:

Todo o universo que era conhecido por nossos mapas estelares estava sob nosso jugo e dois terços da vida que antes o habitava fora extinta por nossa vitória. Então, rejubilemo-nos e nossos gritos de triunfo assombraram e estremeceram os mundos restan-tes e realizamos em Cybertron a maior comemoração que pudemos imaginar.

Porém, Megatron não participou de nossas festividades. Ele continuava perdido naquela felicidade monstruosa, infinita e íntima, a qual ele não poderia compartilhar com mais ninguém, exceto através da selvageria, da destruição e da morte.

Todavia, no meio da grande festa, soubemos que Megatron iria se pronunciar, utilizando o sistema de transmissão que conectava todo Cybertron aos mundos conquistados.

Com orgulho e ânsia, nós o observamos aparecer nas telas de todo o globo, famintos por suas palavras, por seus elogios e aprovação... Que ele gritasse para todo o Cosmo nosso triunfo e nossas vozes, em júbilo, se uniriam a dele. Porém, Megatron disse, no tom mais frio e insano que já escutei, algo que me atormenta até hoje:

_Este era teu universo, Optimus. Veja o que fiz a ele!

Após esse breve discurso, Megatron retirou-se. Aquilo, de uma forma que, mesmo hoje, não consigo explicar, assustou a todos nós e encerramos as festividades e também nos recolhemos, cada um de nós, intimamente tremia, e nossas mentes eram assombradas pela figura de Megatron...”


(continua)
[ capítulo 6 ]