ATB - Aliança Transformers Brasil

O Segredo de Dinobot

Autora: ROSANA RABADJI ("ROSANAZUL")


Durante os momentos de monitoramento e arquivamento de relatórios, Rhinox pensava no Dinobot e nos últimos dias de batalha que aconteceram nas proximidades da nave Axalon. A luz do dia mostrava as crateras e os destroços de Predacons deixados por Dinobot, no calor da batalha.

“Hum, qual será o segredo de Dinobot para tanta fúria e vitalidade?” – pensou Rhinox. Por dois dias, Rhinox convenceu todos a fazer um exame completo, e secretamente buscar algum diferencial no sistema físico e de programação de Dinobot. É claro, o argumento usado foi a preocupação em melhorar a performance de todos para as próximas lutas contra os Predacons.


— Concordo em ajudá-lo Rhinox. – afirmou Optimus Primal.

— Que legal, mal posso esperar para ficar tunado cara! – empolgou-se Cheetor.

— Ah... Segura a onda bichano! – resmungou Rattrap – Ei Rhino-sábio, espero que você pelo menos não nos transforme em X-Men.

— Cale a boca seu roedor irritante! –retrucou Dinobot – Eu não gosto nada da idéia de fazer exames, não é digno para um guerreiro como eu... ...porém, para esmagar Megatron, aceito fazê-lo!


Rhinox fez os exames sem problemas, comparou cada detalhe dos resultados e... Nada! “Droga, não encontrei nenhum diferencial que explique tamanha brutalidade e sucesso nos ataques de Dinobot.” – pensou Rhinox, com decepção.


Mas um brilho de esperança tomou conta dos visores ópticos de Rhinox, quando conversou com Rattrap na mesma noite, sobre uma emboscada ao Tarântulos e Waspinator, dias atrás:

— Sabe Rhinox, é como eu sempre digo – comentou Rattrap – o “Boca de Liquidificador” é um pé no saco, mas tenho que admitir que ele é um soldadão nervoso.

— Eu me pergunto às vezes o que ele faz para ser tão mortal assim? Será algum exercício ou alimentação especial? O que você acha?

— Hum... Deixe-me ver... Bem, uma vez ele estava fazendo flexões numa pedra, algumas noites ele saiu para caçar, você sabe... Uma vez eu peguei ele escondido vendo um Hollobook, ah, você precisava ver como ele ficou desconcertado e logo desligou o aparelho, aposto que era um vídeo de cyber-go-go-girls!... Mas duvido que seja as refeições, ultimamente ele está com um bafo horrível, deve estar comendo bichos meio podres...


“É isso!” – pensou Rhinox – “um Hollobook! E se eu investigar o quarto de Dinobot? É arriscado, mas acho que consigo quando eu estiver sozinho na Axalon.”


Na semana seguinte, Optimus saiu com todos para buscar uma protoforma perdida numa área de selva fechada. Rhinox se ofereceu para ficar na Axalon. Optimus concordou. Rhinox começou sua delicada operação de espionagem, desativando as câmeras e retransmitindo imagens pré-gravadas repetidas. Em seguida, ligou um sensor pessoal que o avisaria caso houvesse uma chegada inesperada dos Maximals.

“Nossa, estou me sentindo o Rattrap...um verdadeiro rato!”- pensou Rhinox, rindo.


Com o chip-mestre de acesso aos dormitórios, ele entrou no quarto de Dinobot.

Era fácil descrever o lugar: bem arrumado, com poucos pertences, mas tudo bem distribuído, de forma que Rhinox tomou muito cuidado ao mexer em cada coisa e recolocar em seu devido lugar e posição. Os minutos passavam e nada de interessante aparecia. Num canto do quarto, Rhinox olhou com certo nojo o que restou de um infeliz clone de Dinobot: apenas uma pele murcha e escamosa. Mas, por um impulso de grande curiosidade, ele revistou o interior da pele. Então pegou um objeto fino e retangular.

— Finalmente, o Hollobook! – exclamou admirado. – quem sabe, o que estiver gravado aqui eu poderei repassar para Optimus depois.

Sentando-se no chão, Rhinox ligou o Hollobook, que por sorte estava destravado da senha.

Ele assistiu apenas 5 minutos de gravação, podia ter assistido muito mais. Mas iluminado pela luz das gravações e com um sorriso de satisfação pensou: “Não, não vou tirar a honra de Dinobot, ele é um guerreiro. Assim como eu preciso de concentração em minhas técnicas de meditação, ele precisa de privacidade em seus antigos ensinamentos.”


O tempo passou e vieram outras lutas, algumas os Maximals voltaram danificados, outras os Predacons saíram massacrados. Mas todas as vezes que Rhinox observava Dinobot entrando em combate, com garra e audácia, uma imagem não saída de sua memória: Uma grande clareira, com várias árvores ao redor e um círculo de alunos. Entre eles estava Dinobot, ainda jovem, com uma configuração cybertroniana física simples. Mas Dinobot estava sorrindo, feliz, como os outros alunos, e levantou-se ansioso quando foi chamado para sua sagração. Ele abraçou seu mestre para uma Hollo-imagem, ou fotografia nos conceitos humanos.

E o colega que estava filmando tudo apenas disse:

— Isso Dinobot, fique mais próximo do Sr. Chuck Norris.

Rattrap às vezes ficava desconfiado e perguntava para Rhinox o que estava acontecendo, ao perceber um leve sorriso vago no rosto do amigo cientista. Rhinox apenas dizia:

— Não é nada, é apenas uma boa lembrança que tenho guardada em mente.


FIM